sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

O início da trajetória de Frank Miller na Marvel Comics






Pois é, um amigo me pediu comentários sobre a trajetória de Frank Miller na Marvel Comics a partir de minha leitura da obra "Marvel Comics, História Secreta", de Sean Howe (que recomendo peremptoriamente aos que gostam de quadrinhos). Miller foi demitido junto de uma leva de roteiristas e desenhistas da DC Comics no final dos anos 70 devido ao problema endêmico que a indústria passava com as consignações em bancas, o que acarretava muitas devoluções e baixos lucros (as editoras resolveram isso com a venda direta para as lojas especializadas). Miller entrou na Marvel num momento em que John Byrne e Claremont estavam estourando em X-Men e algum tempo depois se tornou desenhista do Demolidor, considerado pelo editor chefe da época, Jim Shooter (o cara que mandaria Claremont e Byrne matarem Jean Grey na saga da Fênix Negra) como um Homem Aranha de segunda linha. Miller era muito amigo de Denis O'Neil, argumentista e editor por muito tempo da DC e um dos mais prósperos escritores de Batman e logo ele ganhou os roteiros e desenhos do Demolidor, o que somente Byrne tinha na época com o Quarteto Fantástico. Logo de saída, Miller lançou a personagem Indigo, que mais tarde chamaria-se Elektra, uma espécie de assassina contratada que fora namorada de Matt Murdock nos tempos da faculdade, tornando a série mais pesada e intensa nos relacionamentos entre os personagens. Miller, após ser assaltado duas vezes a mão armada em sua amada New York (ele era natural de Vermont) passou a ter uma opinião muito forte sobre os criminosos e logo inseriu na HQ sua visão mais pesada na ação do Demolidor contra os vilões e gângsters que enfrentava (além de trazer um vilão do Homem Aranha, O Rei do Crime para a série). Ele mesmo chegou a afirmar que inseriu sua raiva crescente contra os criminosos em suas HQs e seria, inclusive chamado por ativistas liberais de fascista após a publicação de Batman, o Cavaleiro das Trevas. Seu sucesso foi instantâneo ao lado de Byrne no Quarteto e de Claremont nos X-Men, em um momento em que as gangues e as drogas pesadas dominavam cada vez mais as grandes metrópoles dos EUA.



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